Mulheres Negras de Feira de Santana, se reúnem no Julho das Pretas


Com o apoio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, através da SETTDEC/Departamento de Turismo e Secretaria Municipal Extraordinária de Políticas para as Mulheres/Divisão de Igualdade Racial. Pelo sexto ano consecutivo, as colunas centenárias do Mercado de Arte Popular em Feira de Santana testemunharam mais um Encontro Moviafro de Mulheres Negras. A Mesa Tereza de Benguela que é formada a cada edição do encontro, foi composta por sete personalidades negras femininas de Feira de Santana que dialogaram entre si e com a plateia presente acerca de assuntos como: POLITICA, CULTURA, SEGURANÇA, AFROEMPREENDEDORISMO, ESTÉTICA, SEGURANÇA e EDUCAÇÃO




Idealizado e realizado pelo NUMNEGRAS - Núcleo Moviafro de Mulheres Negras, o EMMN tem o objetivo de enfrentar o racismo, o sexismo e todas as formas de opressão ás mulheres negras a partir de organização própria, autônoma e protagonista delas, retomando a trajetória de africanas e afro-brasileiras de exercer liderança sobre sua própria vida, comunidade e espaço público. A singularidade do Movimento de Mulheres Negras, frente ao Movimento Negro e ao Movimento Feminista advém das especificidades das pautas da mulher negra, em detrimento de politicas universalistas e da suposta igualdade dos movimentos negro e feminista ao incluir as categorias "gênero" e "raça" na agenda. Ao se afirmarem enquanto sujeitos políticos, foi preciso ás mulheres negras, como ressaltado por Sueli Carneiro, Enegrecer o feminismo e politizar as desigualdades de gênero. 


No bojo das celebrações do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, lembrado todo 25 de julho, data que foi reconhecida pela ONU em 1992, o NUMNEGRAS realizou a 6ª edição do encontro com 4 rodas de conversa através da plataforma Google Meet que contou com um grande numero de participantes não só de Feira de Santana, como também de outros municípios baianos e de outros estados. Como de costume, o EMMN homenageia uma personalidade feminina negra local a cada edição e em 2022 a dançarina e ativista cultural Carmem Silva foi a grande homenageada, recebendo além do reconhecimento pela sua historia, teve um pouco da sua trajetória narrada pela mediadora Vania Vitória que conduziu brilhantemente o encontro.


A Mesa Tereza de Benguela foi composta por Hely Pedreira, Maylla Pita, Silvania Miranda, Marinalda Soares, Cláudia Santos, Mariana Rozario e Luciana Silva além obviamente da homenageada. Entre uma fala e outra, ocorreram duas intervenções artísticas onde as cantoras Alê Kapistrano e Priscila Reis fizeram suas apresentações musicais.



Pela primeira vez. o EMMN foi inserido na Agenda Julho das Pretas que é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil, voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras  nas diversas esferas da sociedade. A ação foi criada em 2013, pelo Odara - Instituto da Mulher Negra, e celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina Americana e Caribenha.

O Julho das Pretas todos os anos traz temas importantes e necessários relacionados á superação das desigualdades de gênero e raça, colocando  a pauta e agenda política das mulheres negras em evidência.

O 6º Encontro Moviafro de Mulheres Negras teve seu tema central relacionado com o tema do Odara. NUMNEGRAS em luta: Mulheres Negras no Poder? Discutiu tanto no espaço virtual quanto no presencial a relação entre a mulher negra e o poder, a saúde mental das mulheres negras e o acesso e permanência da mulher negra no ensino superior.



Todos esses assuntos partindo da perspectiva dessa relação. Participaram também desta ação afirmativa as psicólogas Suellen Cardoso e Aclaís Amaral, a delegada de policia Patrícia Pinheiro e a Funcionária Publica Aline Daltro. Já o subtema que geralmente é relacionado á homenageada e também é o tema da mesa foi NUMNEGRAS em luta sobre os Olhares Negros de Carmem Silva.




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