Mês da Consciência Negra é comemorado em Feira de Santana


Rodas de conversas, palestras, seminários, encontros temáticos, shows artísticos e uma missa afro. Essas foram as atividades realizadas pela Associação Cultural Moviafro com o apoio da Prefeitura Municipal de Feira de Santana, através da Secel - Secretaria de Cultura, Esporte e Laser e da SETTDEC – Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico do  município de Feira de Santana. Dentro do Projeto Novembro Negro Moviafro 2018, que comemorou neste ano, a sua 3ª edição.
Com o tema: “A Consciência para além do Novembro Negro”, ao longo do mês, as entidades filiadas ao Moviafro, movimentaram as suas comunidades com atividades sócio culturais que levaram os moradores e convidados a refletirem sobre o tema. Além da realização de intervenções, o Moviafro também participou como convidado, de várias atividades que foram realizadas por outras instituições como faculdades, escolas públicas, particulares e empresas.
Para Val Conceição, coordenador da associação, a realização desse projeto pelo terceiro ano consecutivo, significa a consolidação do trabalho sério que é desenvolvido por todas os associados que buscam a cada dia, a ressignificação e a requalificação do movimento negro no município. Aos poucos, as entidades filiadas estão entendendo a necessidade de se fortalecerem dentro das suas comunidades para que assim possam obter o que todos esperam, representatividade e mais direitos dentro e fora do município. Disse!
















O dia 20 de novembro foi instituído como o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra” por ser a data da morte do líder negro Zumbi dos Palmares. A medida foi instituída pela Lei Federal 12.519, sancionada em novembro de 2011, pela então presidente Dilma Rousseff. Entretanto, as atividades alusivas a data, já eram realizadas aqui em Feira de Santana a mais de 20 anos, pelos movimentos que já existiam, como a Frente Negra Feirense e o Movimento Negro Unificado, porém com a lei sendo sancionada houve uma mudança significativa no fortalecimento dessas atividades, o que tem nos trazido mais responsabilidades e algumas conquistas, disse o coordenador coreógrafo Marcos Tanferi.
A celebração da memória de Zumbi dos Palmares no dia 20 de Novembro é a resposta dada pelos negros organizados na perspectiva de lembrar que a abolição foi um processo inconcluso e que só seria plenamente completo pelas ações do movimento negro. Comenta o coreógrafo. Para ele, o dia da Consciência Negra é fruto do amadurecimento do movimento negro que questionou o acento histórico dado ao dia 13 de maio, data que lembra a assinatura da Lei Áurea. 
Val Conceição completa dizendo  que a assinatura da Lei Áurea não trouxe a verdadeira libertação. Apesar da legalidade da alforria viu-se a construção de outras formas de opressão e negação do direito á cidadania ao povo negro. Os mecanismos de exclusão continuaram assumindo facetas diferenciadas. Não foi permitido o acesso do povo negro á educação, emprego remunerado, moradia digna e demais benefícios àquela população, acentua o coordenador.





O tema escolhido para a edição de 2018, traduz fielmente o principal objetivo do Moviafro que é fazer a consciência negra, diariamente e não só em um dia, uma semana ou um mês. Obviamente que o novembro negro é um mês intenso para o movimento negro e especial também, mas o racismo e o preconceito estão presentes todos os dias e bem mais feroz a cada manifestação, portanto não podemos dar trégua no combate.
A luta precisa ser diária e tal como eles (Racistas, preconceituosos), temos que lutar e nos reinventar diuturnamente para que possamos vencer  as batalhas.

De modo geral, a 3ª edição do Projeto Novembro Negro Moviafro, atingiu todas as expectativas. Foi elaborada uma programação bastante diversificada mais com o mesmo objetivo e de forma a descentralizar as ações já que entende-se que existia a necessidade de se fortalecer as entidades filiadas dentro do seu próprio reduto. Foram feitas diversas parcerias com entidades congêneres a exemplo das Associações Culturais Quilombo, Guerreiros Africanos e Tambores Urbanos que são filiadas ao Moviafro mais já realizavam atividades alusivas ao mês da consciência negra.
Os shows artísticos foram realizados no Mercado de Arte Popular com o 1º Femafrica (Festival de Música de Matriz Africana), no bairro Aviário onde ocorreu o Cortejo Afro com a Banda Lua Negra e o Bloco Afro Guerreiros Africanos e encerrando as atividades musicais, no dia 25/11, um grande encontro de reggae na Praça do Tomba com o "Projeto Unidos pelo Reggae" idealizado e realizado pela Associação Cultural Quilombo que reuniu em um só palco, algumas das melhores bandas do gênero de Feira de Santana e região.


Continuaremos a discutir as violações aos direitos da população negra, o enfrentamento do racismo, mais oportunidades para ascensão socioeconômica dos afro-brasileiro, Finaliza o representante do Moviafro.                  

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