4º Encontro Moviafro de Mulheres Negras

-

Pelo 4º ano consecutivo, o NUMNEGRAS - Núcleo Moviafro de Mulheres Negras, realizam este evento que desde a sua primeira edição objetiva entre outras coisas. Debater as histórias das mulheres negras, analisar as repercussões do contexto histórico na realidade atual e mapear novas estratégias para fortalecer o acesso digno nas áreas de saúde, lazer, segurança, trabalho e educação. Repensar o lugar das mulheres negras a partir de uma perspectiva do feminismo negro, levando em consideração a interseccionalidade: gênero, raça, geração, território e religiosidades. Realizar ações de combate ao racismo, machismo e lgbtfobia. Definir agenda de forma organizada para intervir nas esferas públicas e nos espaço de decisão política com princípios norteadores de equidade social, racial e de gênero, e mobilizar de forma significativa as instituições e espaços coletivos tais como outras associações, cooperativas, terreiros, quilombos, centros comunitários, escolas, universidades, locais de trabalho, galpões culturais, postos e unidades de saúde, feiras, clubes, blocos afros, afoxés e outros.



Numnegras

O Núcleo Moviafro de Mulheres Negras, através da Associação Cultural Moviafro, reúne mulheres negras pesquisadoras, universitárias, trabalhadoras, estudantes, participantes de entidades, movimentos sociais e órgãos governamentais com o objetivo de ampliar os debates e ações sobre mulheres negras no município de Feira de Santana na Bahia através de eventos com programação intercalada entre pessoas de diversas localidades, escolaridades e perspectivas.


Prêmio Cultura e Desenvolvimento Local

O 4º Encontro Moviafro de Mulheres Negras, foi uma das 46 iniciativas contempladas com o Prêmio Cultura e Desenvolvimento Local que a três anos é realizado aqui em Feira de Santana. Através da Mostra da Diversidade Cultural - Imagens da Cultura Popular, realizado pela ONG Favela é isso aí com o patrocínio da Belgo Bekaert Arames, dentro do Programa Belgo Forma e Transforma e apoiado pela Lei Federal de Incentivo a Cultura e Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. 

Encontro x Pandemia

Devido a pandemia do novo coronavirus, cerca de 98% das atividades da Moviafro tiveram que ser canceladas ficando apenas duas ações que foram realizadas num formato virtual. O Projeto Novembro Negro Tambores Urbanos/Moviafro e o Encontro Moviafro de Mulheres Negras. Nesse novo normal, foram realizadas diversas rodas de diálogos, debates e um seminário que contou com a presença de mulheres negras que são referências não só em Feira de Santana, mas em todo o Brasil, a exemplo das doutoras em história Karine Damasceno e Railma Santos, da também doutora Sueli Conceição, CEO da Iyá Omi Cosmética Natural, além de Hely Pedreira pedagoga, Suellen Cardoso psicóloga e coordenadora do NUMNEGRAS, Denise Medeiros que também é psicóloga, Flávia Sacramento, estilista especializada em moda afro, entre outras.

Encerramento das atividades

As atividades do Núcleo Moviafro de Mulheres Negras em 2020, foram encerradas com a produção da live "Papo de Pretas" que reuniu num bate papo leve e descontraído, três artistas negras de Feira de Santan. As atrizes Keu e Marcinha Costa e a cantora e multi-instrumentista Kel Slifer que dialogaram sobre a representatividade da mulher negra nas artes e na música. Essa live foi apresentada também como produto da primeira etapa para o Prêmio Cultura e Desenvolvimento Local e está disponível nos canais do YouTube da Associação Cultural Moviafro e da ONG Favela é isso aí. Já na plataforma Google Meet, todo o núcleo se reuniu para despedirem-se de 2020. Foi realizado o 1º Sarau Vozes das Pretas com leituras de textos, apresentações teatrais e reflexões onde prevaleceu o protagonismo da mulher negra de Feira de Santana.


Para 2021, a expectativa é de muitas realizações entretanto será necessário aguardar as decisões das autoridades médicas e sanitárias no que diz respeito ao coronavirus para que possamos anunciar e executar. Finaliza Val Conceição, Coordenador Geral da Moviafro.

Através destes links, você terá acesso ao conteúdo das duas atividades.

https://youtu.be/x3oExnVgRRE

https://youtu.be/ga-LDvJjjrI






 

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O negrume da noite, reluziu o dia. Ilê Aiyê e Cortejo Moviafro, fazem história na micareta de Feira de Santana.

-
Imagem
Quando os músicos da Banda Aiyê começaram a fazer a passagem de som, no ultimo dia de micareta, domingo pela manhã, já se podiam perceber os  arrepios, os olhares lacrimejados e automaticamente um suave balanço no corpo anunciando que o baile iria começar. Após três longos anos de espera, Feira de Santana estava se despedindo da sua maior festa, que pela primeira vez em sua historia teve a maior participação de artistas afrodescendentes e para fechar com chave de ouro, a Moviafro realizou a segunda edição do Cortejo Moviafro para a Preservação da Cultura de Matriz Africana na Micareta de Feira de Santana, trazendo como atração o Bloco Afro mais antigo do mundo, o Ilê Aiyê, que entre outras coisas, simboliza a atemporalidade dessa cultura ancestral.  Homenageando as mães das águas, o cortejo buscou no seu desfile chamar a atenção da sociedade de um modo geral para a valorização dessa cultura tão forte e representativa no nosso município e que apesar das varias tentativas de invisibiliza
Leia mais

A Moviafro é uma mulher preta.

-
Imagem
Em 29 de julho, foi realizado o Encontro Moviafro de Mulheres Negras. Pelo sétimo ano consecutivo o evento faz alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha e ao Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. A cada edição, o EMMN apresenta um tema que norteia os debates, as discussões e todas as ações que ocorrem no evento. Também é formada uma mesa temática, denominada “Mesa Tereza de Benguela” que tem como objetivos oferecer lugar de fala para aquelas que são convidadas a participar e homenagear uma personalidade negra feminina local, nessa sétima edição, a homenageada foi a Ialorixá Maria das Graças Ferreira Santos, também conhecida como Mãe Graça de Nanã. A homenageada Professora aposentada, Pedagoga formada pela UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana, Mãe Graça é sacerdotisa do Centro de Culto Africano da nação Ketu, Ilê Axé Gilodefan, é ativista sociocultural que atua em defesa da liberdade de culto, contra todas as formas de racismo,
Leia mais

Núcleo Moviafro de Teatro Preto, busca equidade nos palcos.

-
Imagem
  Em 1944, surge no estado do Rio de Janeiro, o Teatro Experimental do Negro. Idealizado por Abdias do Nascimento (1914/2011), o  TEN  nasce com a proposta de valorização social do negro e da cultura afro-brasileira por meio da educação e arte, bem como com a ambição de delinear um novo estilo dramatúrgico, com uma estética própria, não uma mera recriação do que se produzia em outros países. Alguns anos antes, aflorara em Abdias uma inquietação perante a ausência dos negros e dos temas sensíveis à história da população negra nas representações teatrais brasileiras. Em geral, quando lhes era concedido algum espaço cênico, este vinha para reforçar estereótipos, a partir do direcionamento dos atores/atrizes negros/as a papéis secundários e pejorativos. Havia, segundo ele, uma rejeição do negro como “personagem e intérprete, e de sua vida própria, com peripécias específicas no campo sociocultural e religioso, como temática da nossa literatura dramática.” (Nascimento, 2004, p. 210). Em 2019
Leia mais