Projeto de Lei 2284/2021 - O que temos a ver com isso?
A Associação Cultural Moviafro de Feira de Santana/Bahia, tem se consolidado como uma das mais atuantes entidades do Movimento Negro local não só pela realização de eventos socioculturais mais também pela luta constante em favor das classes "ditas" minorias, a exemplo dos lgbts, indígenas, quilombolas e principalmente a religião de matriz africana. Essa ultima, não menos que as demais, vem sendo historicamente atacada, demonizada e alem disso tudo, uma parte da sociedade tem tentado a todo custo invisibilizar e apagar a nossa verdadeira historia, uma historia de lutas, de conquistas e acima de tudo, de amor, paz, respeito e igualdade.
Recentemente, fomos "surpreendidos" ao sermos informados que o Deputado Federal pela Bahia, Abílio Santana, do Partido Liberal havia apresentado um projeto de lei que poderia influenciar diretamente e de forma negativa a realização de rituais seculares das religiões de matriz africana. Até então, pouco tínhamos ouvido falar desse deputado, como de muitos outros que lá estão e que só iriamos lembrar deles em 2022 no período das eleições. Mas, ao fazermos uma rápida pesquisa, logo percebemos que se trata de um parlamentar que compõe a bancada evangélica, pois o mesmo é pastor pentecostal. E é exatamente aí que está o ponto principal da questão.
De imediato, publicamos uma nota de repudio nas nossas redes sociais e buscamos mais informações com coletivos afro religiosos.
O texto desse projeto de lei proíbe a exposição, lançamento ou destinação, de material orgânico ou não, líquidos ou sólidos, matéria viva ou não, objetos ou rejeitos, que afetem, atentem ou poluam o meio ambiente, obstruam a livre circulação de pessoas e veículos, em todo o Território Nacional.
O que temos a ver com isso?
O deputado deixa explicito o seu racismo religioso e a sua postura extremista quando afirma que não 'tem preocupação se vai causar prejuízos a outras religiões'. Ele "não sabe" que as religiões de matriz africana preservam bem mais pelo meio ambiente que qualquer outra, pois é sabido por todos que 'sem folhas não há candomblé' nossa religião e a natureza sempre viveram em harmonia e todos nós quando somos escolhidos somos ensinados a preserva-la e esse ensinamento é passado de geração a geração.
Intolerância disfarçada de preocupação ambiental.
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